As cotas raciais e sociais para o ensino superior têm sido uma ferramenta importante para jovens pretos, pardos e indígenas acessarem universidades públicas, mas elas não garantem, por si só, mudanças significativas nas condições de vida desses grupos. De acordo com uma pesquisadora, a educação superior é essencial, mas não resolve sozinha os desafios estruturais que perpetuam desigualdades sociais e econômicas. Mesmo após alcançar o mestrado por meio de cotas, muitos continuam enfrentando dificuldades para se inserir no mercado de trabalho de forma plena.
Apesar das limitações, a pesquisadora destaca que as cotas representam uma chance de romper ciclos históricos de pobreza e exclusão, abrindo novas perspectivas de vida. Elas permitem que grupos historicamente marginalizados ocupem espaços que antes lhes eram inacessíveis, criando oportunidades para reescrever a história de suas famílias. Ela enfatiza que estudar, embora não resolva todos os problemas, fortalece a luta por novas e melhores condições de trabalho e vida.
Além disso, os resultados alcançados por meio das cotas podem gerar impactos positivos além do indivíduo, beneficiando comunidades inteiras. A publicação de livros e a premiação de dissertações são exemplos de como a educação pode trazer conquistas que transcendem o campo pessoal. Assim, embora os desafios persistam, as cotas continuam sendo um importante instrumento para a construção de um futuro mais inclusivo e igualitário.