Em Petrolina, no Sertão de Pernambuco, estudantes da comunidade do Projeto Maria Tereza enfrentam longos trajetos para chegar ao local de provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). A distância entre a zona rural e o Campus Petrolina da Universidade de Pernambuco (UPE) exige que os candidatos saiam de casa com antecedência. Para evitar atrasos, o grupo de estudantes precisou partir por volta das 9h30, uma vez que o tempo de deslocamento é de aproximadamente 1h30, e os portões dos locais de prova abrem apenas ao meio-dia.
O dia das provas de matemática e ciências da natureza apresenta desafios tanto nas questões acadêmicas quanto logísticas para os alunos. Ana Carolaine Silva, que presta o Enem pela segunda vez, encara a distância como mais um obstáculo em sua trajetória rumo ao sonho de ingressar na faculdade de medicina. Já Maria Eduarda Nunes, que tenta o Enem pela primeira vez, busca uma vaga no curso de enfermagem e se sente confiante para enfrentar as questões da prova.
Após concluírem as provas, os estudantes também precisam lidar com a falta de transporte público para o retorno. Sem ônibus disponíveis, muitos recorrem a carros de aplicativo, compartilhando o custo da viagem. O valor do transporte individual é significativamente mais caro, o que aumenta as dificuldades financeiras para alguns dos candidatos. A convivência e a ajuda mútua entre os colegas têm sido essenciais tanto na ida quanto na volta da prova.