Estudantes de Sorocaba, SP, iniciaram um projeto inovador ainda no ensino médio, que envolveu a construção e o lançamento de minissatélites para a coleta de dados sobre radiação cósmica e condições atmosféricas na órbita terrestre. Agora no primeiro ano do curso de automação industrial na ETEC Armando Pannunzio, os alunos enviaram os dispositivos a 19 mil metros de altitude, na chamada órbita média da Terra, e monitoraram a trajetória até o pouso em Mogi das Cruzes, a aproximadamente 150 km do local de lançamento. O projeto é orientado por professores locais e conta com o apoio de instituições como a UFSCar e o ITA.
Os dois satélites, construídos e programados pelos estudantes, tinham funções específicas: um contava com um contador Geiger para medir partículas e radiação, enquanto o outro registrava dados meteorológicos como temperatura, pressão e altitude. Segundo os estudantes e a professora orientadora, a radiação cósmica de fundo é um “ruído” remanescente do Big Bang, essencial para a compreensão da formação e evolução do universo. Dados coletados revelaram informações sobre a temperatura, pressão e intensidade da radiação, comparáveis às condições de um voo comercial, fornecendo insights valiosos sobre a composição do cosmos.
Empolgados com os resultados, os jovens cientistas inscreveram o projeto na Mostra Nacional de Robótica, que acontecerá em Goiás. No entanto, enfrentam dificuldades financeiras para viabilizar a viagem e, por isso, buscam apoio para custear a participação na competição. A missão e os testes rigorosos, realizados previamente com o auxílio da UFSCar, foram determinantes para a confiança no desempenho dos satélites, que completaram a missão em 2h30.