A Polícia Federal divulgou um relatório, com sigilo retirado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que aponta a existência de estratégias para obstruir as investigações sobre os eventos de 8 de janeiro de 2023, que tentaram comprometer a estabilidade do governo. O material encontrado em uma residência ligada a um ex-integrante do governo de Jair Bolsonaro revela planos voltados a manipular a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro, com o objetivo de responsabilizar o governo atual pelos atos golpistas. As estratégias também incluíam a busca por um impeachment do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O relatório revela que, em 16 de maio de 2023, um documento foi criado com ideias para direcionar a oposição política. Uma das principais táticas era desvincular os investigados da responsabilidade pelos acontecimentos de janeiro e atacar as instituições responsáveis pelas investigações. Ações específicas foram planejadas para desacreditar o STF e um de seus ministros, além de forjar uma narrativa que atribuísse omissões ao ministro da Justiça, buscando culpá-lo pelo fracasso em evitar a tentativa de golpe.
Além disso, o plano também incluía medidas para enfraquecer a Polícia Federal, acusando-a de abusos em suas prisões, particularmente aquelas relacionadas aos participantes do 8 de janeiro. A intenção era gerar uma narrativa de perseguição e comparar as ações da PF com momentos históricos de repressão. O objetivo final era criar um ambiente de insegurança jurídica e enfraquecer as ações de investigação que buscavam esclarecer os responsáveis pela tentativa de desestabilização do governo.