A decisão do governo dos Estados Unidos de permitir que a Ucrânia utilize mísseis de longo alcance fabricados nos EUA para atacar alvos na Rússia gerou forte reação do Kremlin. A Casa Branca começou a flexibilizar as restrições sobre os tipos de alvos russos que podem ser atacados pela Ucrânia, uma medida que antes havia sido evitada por receio de uma escalada no conflito e de um possível confronto direto com a Rússia ou com a Otan. A mudança foi confirmada por autoridades norte-americanas, mas o alcance exato das novas diretrizes ainda não está claro.
A autorização foi dada após novas declarações de líderes internacionais, incluindo a Otan e os EUA, sobre a presença de tropas norte-coreanas na Rússia. Esses militares, aparentemente, seriam mobilizados para apoiar o exército russo em uma ofensiva contra forças ucranianas na região de Kursk, próxima à fronteira russa. Embora o governo dos EUA tenha revelado essa mudança, ele também se manteve cauteloso sobre os possíveis impactos de uma intensificação do conflito.
O Kremlin, por sua vez, manifestou preocupações com a escalada do conflito, com o porta-voz Dmitry Peskov citando um alerta do presidente russo, que, em setembro, havia afirmado que qualquer ataque ucraniano na Rússia mudaria drasticamente a natureza do conflito, potencialmente levando os países da Otan a entrarem em guerra direta com a Rússia. Essa situação aumentaria os riscos globais e complicaria ainda mais as dinâmicas já tensas do conflito em andamento.