A operação Toxicoloko, conduzida simultaneamente em três estados brasileiros, desvendou um esquema de fraude em exames toxicológicos exigidos para motoristas de veículos pesados. Durante a ação, oito suspeitos foram detidos e materiais probatórios foram coletados, revelando uma prática que colocava em risco a segurança nas estradas. A fraude consistia no uso de fios de cabelo de crianças para enganar o exame, o que permitia que motoristas com histórico de uso de drogas obtivessem a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) sem cumprirem os requisitos legais.
A investigação teve início após a descoberta do uso de métodos fraudulentos por um suspeito de furto de cargas, que revelou ter burlado o exame toxicológico para manter a habilitação. A prática envolvia autoescolas em São Paulo e Santa Catarina e pontos de coleta no Paraná, onde foram utilizados moldes de silicone para simular a presença dos alunos em aulas obrigatórias e registros de amostras alteradas. Os laboratórios credenciados, responsáveis pela análise das amostras, recebiam cabelos de terceiros, incluindo o de uma criança, para atestar falsamente a condição dos motoristas.
Os órgãos de trânsito estaduais, como os Detrans do Paraná, São Paulo e Santa Catarina, anunciaram que as habilitações emitidas mediante fraude serão canceladas, e as autoescolas envolvidas estão sujeitas a sanções administrativas. A operação destacou a fragilidade dos mecanismos de controle nos exames toxicológicos, um processo fundamental para garantir a segurança no trânsito, e resultou em ações para reforçar a integridade dos exames e aumentar a fiscalização nos processos de habilitação.