Uma operação conjunta do Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) e da Polícia Civil resultou na prisão de seis suspeitos envolvidos em um esquema de fraudes em licitações e desvio de recursos públicos. A investigação revelou que o grupo mantinha contratos suspeitos com mais de 100 prefeituras e câmaras municipais no estado, incluindo Barão de Melgaço, onde foram identificadas práticas fraudulentas que envolveram a contratação de empresas de fachada e o superfaturamento de serviços. Esses contratos visavam oferecer produtos e serviços que muitas vezes não eram entregues ou apresentavam qualidade insuficiente, agravando o prejuízo ao erário público.
Segundo o MPMT, os investigados operavam por meio de empresas supostamente criadas para facilitar o esquema, sendo cada integrante responsável pela administração de uma delas. Durante a investigação, foi identificado um padrão de manipulação dos processos licitatórios para garantir a continuidade das fraudes, mesmo após algumas prisões. Prefeitos e ordenadores de despesa de diversas cidades também são apontados como facilitadores desse esquema. Para coibir as atividades, a Justiça determinou a suspensão das operações das empresas envolvidas e a apreensão de dispositivos eletrônicos e documentos dos suspeitos, além de outras medidas cautelares.
O esquema também utilizava um artifício conhecido como “cartão coringa” para desvio de combustível e cobrança abusiva, prática detectada em Barão de Melgaço. A análise dos contratos pela unidade de investigação do MPMT evidenciou aumentos significativos de valores entre 2021 e 2022, reforçando as suspeitas de superfaturamento. A apuração prossegue para esclarecer o envolvimento dos participantes e identificar novos indícios de fraude em outras prefeituras do interior de Mato Grosso.