Alexandre Abelz, agricultor de Santa Leopoldina, no Espírito Santo, conquistou um feito inédito ao registrar a variedade de gengibre Imigrante, desenvolvida por ele mesmo através de seleção natural no campo. A nova variedade se destaca pela resistência e produtividade superiores, apresentando rizomas mais robustos e plantas mais altas, o que garante um crescimento mais vigoroso. A inovação foi resultado de observações detalhadas do produtor ao longo dos anos, selecionando as mudas mais adaptadas ao solo e ao clima local.
O processo de desenvolvimento da variedade Imigrante despertou o interesse de pesquisadores do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes) e do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), que acompanharam a pesquisa e validaram a cultivar. A parceria entre saberes práticos e rigor científico culminou no registro oficial da variedade no Sistema Nacional de Cultivares, um marco para a agricultura capixaba e para o setor de gengibre no Brasil. A produtividade da Imigrante supera as médias do estado, com uma produção que pode alcançar até 140 toneladas por hectare, em comparação com a média de 59 toneladas.
O Espírito Santo, maior produtor e exportador de gengibre do Brasil, agora conta com uma variedade ainda mais competitiva para o mercado internacional, especialmente na Europa. A nova cultivar promete aumentar a produtividade das lavouras capixabas e fortalecer a posição do estado no comércio global de gengibre. O cultivo é realizado entre julho e agosto, com colheitas ao longo de todo o ano. A melhoria genética na produção de gengibre, aliada a um processo rigoroso de qualidade, deve impulsionar ainda mais as exportações, que já têm como principais destinos países como Alemanha, França e Holanda.