Pimenta, cúrcuma e outras especiarias têm sido promovidas como alimentos com poderosos benefícios para a saúde, especialmente no que diz respeito à imunidade e à prevenção de doenças. Diversos estudos sugerem que a pimenta, por exemplo, pode estar associada a um menor risco de morte e a benefícios como a melhora do metabolismo e a redução do apetite. Contudo, esses estudos são observacionais, o que dificulta a confirmação de uma relação causal direta entre o consumo de pimenta e a melhoria da saúde. O efeito protetor da especiaria parece se acumular ao longo do tempo e pode estar mais relacionado a hábitos alimentares saudáveis em geral, como o consumo de alimentos frescos e equilibrados.
A cúrcuma, conhecida principalmente por seu composto ativo, a curcumina, também tem sido associada a propriedades anti-inflamatórias e anticancerígenas. No entanto, a curcumina apresenta baixa biodisponibilidade, o que significa que, após a ingestão, ela não é facilmente absorvida pelo corpo, limitando seus potenciais benefícios. Estudos em laboratório mostraram efeitos positivos, mas esses resultados não se traduzem diretamente em benefícios para a saúde humana, principalmente quando consumida em quantidades normais através da alimentação. Para que a curcumina seja eficaz, seria necessário o uso de doses muito altas ou o consumo em forma de suplementos.
Embora o consumo de especiarias, como pimenta e cúrcuma, possa trazer certos benefícios à saúde, muitos pesquisadores sugerem que os efeitos positivos são frequentemente resultados de outros fatores, como a forma de preparo dos alimentos e o contexto em que são consumidos. As especiarias podem ajudar a reduzir o uso de sal e gordura, tornando as refeições mais saborosas e potencialmente mais saudáveis. No entanto, é importante não exagerar nas expectativas e lembrar que esses alimentos não são uma solução milagrosa para doenças. A melhor abordagem é incluir as especiarias de maneira equilibrada em uma dieta variada e saudável.