A doença coronariana continua sendo a principal causa de morte entre mulheres, mas, apesar dos avanços no atendimento, ainda há falhas no diagnóstico e tratamento adequados. De acordo com um consenso de especialistas da Sociedade Cardiovascular Britânica, as mulheres são frequentemente subdiagnosticadas, não recebem o tratamento necessário e são sub-representadas em pesquisas clínicas. Essas deficiências contribuem para mortes evitáveis em uma doença que pode ser prevenida com cuidados adequados.
O texto também aponta que as mulheres enfrentam desafios específicos, como alterações hormonais, gestação e menopausa, que devem ser considerados no controle de fatores de risco, como hipertensão e colesterol elevado. Um fator relevante é a ideia equivocada de que o risco cardiovascular feminino seria menor do que o masculino, o que leva profissionais de saúde a desconsiderarem queixas e sintomas apresentados pelas mulheres. Essa visão errônea perpetua práticas discriminatórias, prejudicando a saúde feminina.
A publicação, que apareceu na revista científica *Heart* no final de setembro, propõe ações concretas para melhorar a situação. Entre as sugestões estão aumentar a conscientização sobre os fatores de risco exclusivos das mulheres, garantir sua inclusão em pesquisas e monitorar os efeitos cardíacos da quimioterapia. Para os especialistas, a doença arterial coronariana deve ser reconhecida como uma ameaça de saúde pública para as mulheres, com medidas de conscientização e mudanças nas práticas médicas para corrigir as desigualdades existentes.