O Dique do Tororó, um dos principais cartões-postais de Salvador, abriga há quase 30 anos um conjunto de esculturas de orixás criadas pelo artista plástico Tatti Moreno. Inaugurado em 1996, o monumento, que reverencia as entidades de matriz africana, é um símbolo da religiosidade e cultura afro-brasileira. As esculturas, montadas na lagoa, representam figuras essenciais do candomblé, como Oxalá, Iemanjá, Oxum, Ogum, Oxóssi, Xangô, Nanã e Iansã. Outras quatro peças, situadas no entorno do dique, homenageiam Oxumaré, Ossain, Logun-Edé e Ewá.
Cada escultura implantada na água tem cerca de 7 metros de altura, enquanto as que estão em terra firme atingem 3,5 metros. O projeto, que passou por restaurações em 2022, tem atraído turistas e estudiosos, além de ser um ponto de reflexão sobre a influência das religiões afro-brasileiras na cultura local. Os orixás representados no Dique do Tororó possuem significados profundos dentro do candomblé, ligados a elementos naturais como o ar, a água, a terra e o fogo, e são considerados entidades que regulam aspectos importantes da vida humana, como justiça, fertilidade e prosperidade.
Entre as figuras mais notáveis estão Oxalá, o pai de todos os orixás e símbolo de paz e vida, e Iemanjá, a deusa das águas e mãe de todas as cabeças. O projeto também destaca as figuras de Iansã, a senhora dos ventos e trovões, e Xangô, o orixá da justiça e do poder. Essas esculturas não apenas celebram a diversidade religiosa da Bahia, mas também representam a forte presença da herança africana na formação cultural e espiritual do estado. O Dique do Tororó continua sendo um local de visitação e reverência, que reforça o compromisso com a preservação e o respeito às tradições afro-brasileiras.