Após uma reunião de mais de três horas no Palácio do Planalto, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, deve se reunir novamente com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para continuar as discussões sobre as medidas de corte de gastos planejadas pela equipe econômica. A primeira rodada de conversas envolveu outros ministros-chave, como Simone Tebet, Esther Dweck e Rui Costa, além de titulares de pastas como Trabalho, Saúde e Educação. A reunião apresentou o cenário fiscal do país e as propostas em análise, que ainda serão ajustadas antes de serem divulgadas publicamente.
A segunda fase das discussões será ampliada para incluir mais ministérios, permitindo ajustes e contribuições adicionais. A ideia é evitar ruídos de comunicação ao alinhar todas as partes envolvidas antes do anúncio das medidas. Recentemente, surgiram tensões dentro do governo, como o caso do ministro do Trabalho, Luiz Marinho, que criticou a possibilidade de mudanças no FGTS sem seu envolvimento, afirmando que seria uma agressão à sua posição. O governo nega que haja decisões nesse sentido sem consulta, mas a proposta de alterar o FGTS segue em avaliação.
Outras mudanças em debate incluem limitar o crescimento real das despesas com saúde e educação a 2,5% ao ano e aumentar a participação do Fundeb no piso de gastos com educação de 30% para 60%. Além disso, o pacote deve incluir emendas parlamentares e o programa Pé-de-Meia. Haddad afirmou que o pacote está tecnicamente avançado e deve ser anunciado em breve, após ter adiado sua viagem à Europa para chegar a um consenso com o presidente e acalmar o mercado. As propostas serão enviadas ao Congresso Nacional e buscarão racionalizar políticas públicas vistas como ineficientes.