A equipe técnica do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se reunirá com o Ministério da Defesa para discutir um pacote de cortes de gastos que deverá impactar o orçamento da pasta. O encontro, agendado para esta quarta-feira (13), ocorrerá no Ministério da Defesa, onde será debatido um ajuste nas despesas com pessoal, incluindo os militares da ativa, da reserva e pensionistas. Essa medida faz parte do esforço do governo para reduzir o déficit fiscal e melhorar a credibilidade econômica do país. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva determinou que a Defesa fosse incluída nas negociações de cortes, e a proposta ainda depende da aprovação dos militares, que devem se posicionar até o dia do encontro.
O orçamento da Defesa, que é o quinto maior entre os ministérios, prevê R$ 127,9 bilhões para 2024, dos quais a maior parte (78%) é destinada ao pagamento de pessoal. O déficit nas aposentadorias dos militares é significativamente mais alto que o dos civis, com cada beneficiário gerando um déficit de R$ 159 mil por ano, segundo dados do Tribunal de Contas da União (TCU). Esse cenário acirra a pressão para rever a política de aposentadoria e pensões, em busca de um equilíbrio fiscal que permita ao governo cumprir suas metas de ajuste sem comprometer áreas essenciais, como saúde e educação.
O governo federal já avançou nas negociações com diversos ministros, e agora aguarda uma definição sobre a participação da Defesa nos cortes para enviar as propostas ao Congresso. As medidas, que serão apresentadas na forma de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) e de um projeto de lei complementar, ainda precisam do apoio dos presidentes da Câmara, Arthur Lira, e do Senado, Rodrigo Pacheco, antes de serem anunciadas oficialmente. A expectativa é de que os ajustes ajudem a restaurar a confiança fiscal do país e a garantir um ambiente econômico mais estável.