O enterro de um menino de quatro anos, morto durante uma ação da Polícia Militar no Morro do São Bento, em Santos, trouxe à tona críticas e questionamentos sobre a atuação policial em momentos de luto. A criança foi atingida por um tiro enquanto brincava na rua, e a presença de viaturas policiais no velório e no cortejo fúnebre gerou desconforto entre os familiares e foi vista como intimidação. Entidades e especialistas criticaram a postura da PM, que afirmou estar realizando patrulhamento na região devido ao alto risco de segurança. A Secretaria de Segurança Pública (SSP) comunicou que denúncias de possível intimidação serão analisadas.
As cerimônias foram marcadas por homenagens de amigos e parentes, que se reuniram em cortejo até o cemitério. No entanto, a presença ostensiva da polícia, incluindo batalhão de choque com fuzis, gerou críticas de diversas entidades de direitos humanos e segurança pública, que classificaram a ação como inadequada e desrespeitosa. Para especialistas, tal presença, além de intimidar os familiares e amigos do menino, pode comprometer o andamento das investigações. A Ouvidoria da Polícia e organizações como o Fórum Brasileiro de Segurança Pública e o Instituto Sou da Paz reforçaram a necessidade de uma investigação criteriosa.
A SSP informou que a morte ocorreu após troca de tiros entre policiais e suspeitos em uma área conhecida pelo tráfico de drogas. Dois adolescentes foram atingidos durante a operação, um deles fatalmente, e uma jovem foi ferida de raspão. Entidades pedem que o Estado reavalie suas operações em áreas sensíveis, especialmente devido ao histórico de incidentes envolvendo crianças. A morte do pai de Ryan, também em uma operação policial, foi lembrada como exemplo de outros casos que geram questionamentos sobre a atuação da PM em operações intensivas.