A histerectomia, cirurgia para remoção do útero, é indicada principalmente em casos de sangramento uterino anormal causado por miomas, adenomiose ou doenças malignas, como câncer. Embora avanços em tratamentos medicamentosos tenham reduzido a necessidade desse procedimento em cerca de 16%, ele ainda é realizado em situações onde outras abordagens são insuficientes. A preservação do útero ou a realização de miomectomia são alternativas quando possível, especialmente em pacientes mais jovens que desejam preservar a fertilidade. Nos casos malignos, a abordagem cirúrgica depende do tipo e estágio do câncer, variando de remoção parcial a total do útero.
Quando a histerectomia é acompanhada da retirada dos ovários, a reposição hormonal se torna essencial para evitar uma menopausa cirúrgica precoce, que pode comprometer a saúde óssea, cardiovascular e emocional. A preservação dos ovários é uma prioridade em casos benignos e em alguns malignos, mas fatores como idade avançada ou risco elevado de câncer podem justificar sua remoção. Além disso, questões emocionais associadas à perda do útero, muitas vezes ligadas a conceitos culturais de feminilidade, podem afetar a autoestima e a vida sexual, tornando necessário suporte psicológico para muitas pacientes.
Apesar de ser uma técnica consolidada, as filas no SUS tornam a realização da histerectomia eletiva um desafio, levando muitas mulheres a enfrentarem procedimentos de emergência. Tecnologias menos invasivas, como a laparoscopia e a robótica, oferecem opções com recuperação mais rápida e menores complicações, mas ainda são limitadas no Brasil, principalmente no sistema público. Nos casos de câncer, diagnósticos precoces aumentam as chances de preservação do útero e melhores resultados gerais, destacando a importância do acompanhamento ginecológico regular.