A energia nuclear, historicamente vista com ceticismo nas cúpulas climáticas globais, vem se destacando cada vez mais como uma solução potencial para a crise climática. No passado, defensores da energia nuclear enfrentaram forte oposição, mas, desde a COP28, em 2023, uma crescente aceitação tem ocorrido. Durante a COP29, realizada em Baku, no Azerbaijão, 28 países assinaram um compromisso para triplicar a capacidade nuclear até 2050, reconhecendo o papel da tecnologia na redução das emissões de carbono. Países como Canadá, França, Coreia do Sul e Estados Unidos, além de nações em desenvolvimento como Quênia, Mongólia e Nigéria, estão investindo em novos reatores nucleares para gerar eletricidade sem emissões de gases de efeito estufa.
O apoio à energia nuclear está sendo impulsionado pela necessidade de alternativas à energia fóssil, com destaque para a crescente demanda por fontes de energia constante, como a nuclear, que complementam as energias solar e eólica. Na Europa Oriental, a busca por alternativas ao gás russo também contribui para o aumento do interesse. Países como Turquia e Romênia estão avançando com novos projetos nucleares, incluindo parcerias com potências como Rússia, China e Coreia do Sul. Apesar disso, a construção de novas usinas enfrenta desafios significativos, como os altos custos e atrasos frequentes, que ainda geram ceticismo, especialmente entre críticos da tecnologia, incluindo ambientalistas.
Apesar dos obstáculos, como a resistência pública e o custo elevado, a energia nuclear está ganhando novos aliados, especialmente entre políticos que defendem sua relevância para atingir as metas climáticas globais. Além disso, um novo tipo de reator, menores e mais fáceis de financiar, está sendo desenvolvido por empresas como a americana NuScale. Contudo, as dificuldades de financiamento continuam sendo um desafio, com instituições como o Banco Mundial relutantes em investir em projetos nucleares. A pressão, no entanto, está crescendo, com uma postura mais favorável a esta fonte de energia em várias partes do mundo, tornando a energia nuclear uma questão cada vez mais presente nas negociações climáticas internacionais.