O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) oferece suporte especializado para candidatos com deficiência ou neurodiversidades, visando garantir acesso equitativo ao exame. Desde 2000, participantes com limitações visuais, auditivas ou cognitivas, como autismo e TDAH, podem solicitar apoio para facilitar a realização das provas, incluindo ledores, transcritores e intérpretes. Esses profissionais não interferem no conteúdo, apenas auxiliam na leitura ou transcrição, assegurando que todos os candidatos tenham oportunidades justas de participar do processo seletivo.
Os profissionais de apoio, no entanto, relatam desafios significativos relacionados ao reconhecimento e à remuneração. Embora atuem em funções essenciais para a inclusão, como leitura, transcrição e interpretação de Libras, muitos reclamam dos baixos salários e da falta de valorização de sua capacitação especializada. A professora Maibí Fernanda Chesi Mascarenhas, que atua na formação desses profissionais, destaca a importância da acessibilidade e a resistência social e institucional que ainda cerca o tema, especialmente devido à escassez de pessoas qualificadas para atender a essas demandas específicas.
Para atuar no Enem, esses profissionais precisam comprovar formação específica e experiência na função, com processo de seleção feito anualmente pela empresa responsável. Entretanto, a remuneração, entre R$ 180 e R$ 225 por dois dias de trabalho, é considerada desmotivadora para muitos, o que impacta a disponibilidade e a qualidade do serviço.