Neste domingo (3), os candidatos ao Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2024 enfrentaram uma prova composta por 45 questões de linguagens, 45 de ciências humanas e uma redação, cujo tema abordou os desafios para a valorização da herança africana no Brasil. A prova incluiu referências à cultura popular e erudita, abordando desde Rita Lee e Racionais MCs até a obra de Graciliano Ramos, refletindo a diversidade cultural e histórica do país. Questões sobre temas contemporâneos, como a precariedade menstrual e o movimento Black Lives Matter, foram destaque, assim como menções a clássicos da literatura brasileira.
A avaliação foi considerada acessível por professores, que ressaltaram a ênfase na interpretação de textos e na compreensão contextual. Segundo especialistas, a prova valorizou candidatos com um bom hábito de leitura e interpretação, evitando perguntas ambíguas que dificultassem a resolução. No entanto, houve críticas quanto à escassez de temas geopolíticos e a ausência de questões sobre a China e o Oriente Médio, que costumam ser comuns em edições anteriores.
Os professores observaram que a prova de Sociologia abordou temas recorrentes como gênero e patrimônio cultural, enquanto a de Filosofia apresentou algumas questões mais desafiadoras. A interpretação de textos filosóficos foi facilitada por uma abordagem que utilizou discussões contemporâneas em vez de textos originais de filósofos. De maneira geral, o exame pareceu equilibrar exigências interpretativas com um conteúdo que refletiu as realidades sociais do Brasil contemporâneo.