A Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a BusinessEurope pediram ao G20, durante sua reunião no Rio de Janeiro, a conclusão do acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia (UE). A assinatura do tratado, que está em negociação há mais de 20 anos, traria uma significativa expansão do acesso do Brasil ao mercado global, com a previsão de aumento da integração brasileira de 8% para 37% das importações mundiais de bens. A CNI argumenta que a falta de uma maior inserção global prejudica a competitividade do Brasil, especialmente em um cenário de crescente turbulência econômica e geopolítica.
Apesar do apoio de 79 entidades do Mercosul e da União Europeia, o avanço das negociações enfrenta obstáculos, especialmente devido à oposição da França. O primeiro-ministro francês, Michel Barnier, reiterou que seu país só aceitaria a assinatura do acordo se o texto atual fosse modificado. Essa posição tem sido apontada como a principal razão para o adiamento da assinatura, com o governo brasileiro tentando manter a perspectiva de conclusão das negociações até o final do ano.
O impacto esperado do acordo é significativo para a economia brasileira. A CNI destacou que, em 2023, cada bilhão de reais exportado para a União Europeia gerou a criação de 21,7 mil empregos e um aumento na produção de R$ 3,2 bilhões, o que demonstra o potencial do tratado para fortalecer a indústria nacional. No entanto, o governo brasileiro segue buscando uma solução diplomática para resolver os impasses e garantir que o acordo seja finalmente ratificado, com reuniões previstas entre os ministros das Finanças de Brasil e França para discutir o futuro das negociações.