O empresário Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, morto em um atentado no aeroporto de Guarulhos, havia firmado um acordo de delação premiada em 2024, no qual revelou sua participação em um esquema de lavagem de dinheiro envolvendo imóveis de luxo no litoral paulista. A delação apontou a venda de propriedades no valor de milhões de reais, que eram utilizadas para disfarçar a origem ilícita do capital. Os pagamentos eram feitos por meio de intermediários e laranjas, a fim de ocultar os vínculos com o crime organizado.
Em sua colaboração, Vinícius confessou a negociação de ao menos dois imóveis de alto padrão em Bertioga, entre outros bens, incluindo uma cobertura em São Paulo. Os pagamentos das propriedades eram divididos em parcelas e realizadas em dinheiro, com o objetivo de “limpar” os recursos. Além disso, o empresário afirmou ter conhecimento de outros imóveis relacionados ao crime organizado e se comprometeu a fornecer mais detalhes quando fosse ouvido.
Vinícius também detalhou o envolvimento de membros de forças de segurança no esquema e fez promessas de entregar informações sobre policiais suspeitos de colaboração com a organização criminosa. Como parte do acordo, ele receberia benefícios como redução de pena, mas deveria ressarcir valores aos cofres públicos. O assassinato do empresário, aparentemente relacionado a sua colaboração com as autoridades, trouxe à tona a complexa rede de atividades ilícitas no mercado imobiliário.