O retorno de Donald Trump à Casa Branca coloca em foco a relação tensa entre ele e Jerome Powell, presidente do Federal Reserve. Durante uma coletiva após a reunião de política monetária do Fed, Powell se mostrou firme diante de perguntas sobre a possibilidade de ser demitido ou rebaixado por Trump. O presidente do Fed deixou claro que, por lei, não pode ser removido sem uma causa justificada, o que torna qualquer tentativa de demissão uma batalha jurídica, com a Suprema Corte podendo ser a última instância a decidir.
Apesar de Trump ter nomeado Powell para o cargo em 2017, a relação entre os dois foi marcada por tensões, especialmente durante a pandemia de 2020, quando Trump ameaçou afastá-lo. No entanto, Trump parece estar inclinado a deixar Powell concluir seu mandato, embora continue a questionar a independência do Fed, sugerindo que o presidente dos Estados Unidos deveria ter influência nas decisões sobre taxas de juros. Essa postura levanta a questão de até que ponto o poder do presidente pode influenciar o banco central, algo que, até hoje, é protegido pela autonomia legislativa.
A possibilidade de Trump tentar desafiar a independência do Fed, especialmente com a previsão de um Congresso republicano, coloca em xeque o futuro da política monetária. Se ele seguir por esse caminho, poderá enfrentar uma batalha política e judicial, e a reinterpretação do papel do Fed pode ser um dos maiores legados de seu segundo mandato.