O embaixador da Ucrânia no Brasil, Andrii Melnyk, expressou descontentamento com a condução das discussões sobre a guerra no G20, destacando a ausência de menções diretas à Rússia no documento final do encontro. Para Melnyk, o evento deveria ter sido uma oportunidade para promover novas negociações de paz entre Ucrânia e Rússia, criticando a decisão do Brasil de não autorizar a participação do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e o distanciamento do país em relação ao conflito. Ele ainda enfatizou a necessidade de líderes globais, como o presidente Lula, usarem sua influência para encerrar a guerra.
O embaixador também minimizou as ameaças nucleares feitas pelo presidente russo Vladimir Putin, classificando-as como retórica repetida e sem base prática. Segundo Melnyk, o risco de uma escalada nuclear no conflito é mínimo, e qualquer uso de armas desse tipo seria uma “linha vermelha” para diversas potências globais, incluindo Brasil e China, que levaria à perda de credibilidade da Rússia no cenário internacional. Ele reafirmou que a Ucrânia não cederá território em possíveis negociações de paz e justificou o uso de mísseis norte-americanos apenas contra alvos militares russos.
O documento final do G20 condenou os impactos humanitários e econômicos da guerra, mas foi criticado por sua falta de contundência, já que evitou citar diretamente a Rússia, que esteve representada no evento pelo chanceler Sergey Lavrov. Especialistas apontaram que a declaração deste ano foi mais branda em comparação à do ano anterior, refletindo o equilíbrio diplomático necessário para lidar com os interesses dos membros do grupo. O episódio ressalta os desafios de encontrar consenso em um fórum global frente a um conflito tão polarizador.