A cidade de Castelândia, no interior de Goiás, passará por uma situação atípica ao realizar, em 10 de novembro, uma eleição suplementar para escolher vereadores que permanecerão no cargo por apenas um mês. A necessidade de uma nova eleição surgiu após a cassação de cinco vereadores eleitos em 2020 por fraude na cota de gênero, o que resultou na anulação de todos os votos da coligação MDB e Solidariedade. Com a nova totalização, suplentes foram empossados, e o Legislativo passou a ser dominado pelo PSD, causando um desequilíbrio político significativo.
A confusão eleitoral e política abalou a administração municipal desde abril, quando o MDB perdeu a maioria na Câmara, e a oposição passou a deter o controle. Essa mudança desencadeou tensões entre os vereadores em exercício e o Executivo, afetando a tramitação de projetos importantes. Segundo os envolvidos, a Câmara enfrentou tentativas de destituir a presidência, agravando a instabilidade política. Tanto governo quanto oposição reconhecem o transtorno causado pelo calendário eleitoral confuso, especialmente porque os eleitores já participaram de um pleito em 6 de outubro e agora precisarão votar novamente.
Apesar da situação complexa, especialistas em direito eleitoral explicam que a realização da eleição suplementar é juridicamente correta, com base na jurisprudência estabelecida pelo Tribunal Superior Eleitoral para casos de fraude na cota de gênero. O município precisará se reorganizar rapidamente para concluir o mandato temporário dos vereadores eleitos em novembro, que será encerrado no fim de dezembro, quando tomam posse os eleitos no pleito ordinário de 2024, com mandato válido até 2028.