As eleições americanas de 5 de novembro vão além da disputa presidencial entre Kamala Harris e Donald Trump, abrangendo a escolha de senadores, deputados, governadores e prefeitos, além de consultas populares sobre temas como aborto, casamento gay, e legalização da maconha. Serão eleitos 34 senadores, todos os 435 membros da Câmara dos Representantes e 11 governadores estaduais, em uma disputa que definirá o controle do Congresso, atualmente dividido entre republicanos na Câmara e democratas no Senado. Consultas populares, vistas como uma forma de experimentar políticas antes de sua implementação nacional, também terão papel relevante, cobrindo tópicos que vão desde direitos reprodutivos até mudanças no sistema eleitoral.
O tema do aborto, que voltou a ser foco após a Suprema Corte revogar o direito constitucional ao procedimento em 2022, aparece em consultas em dez Estados, onde eleitores decidirão sobre proteger ou restringir o acesso ao serviço. O debate sobre o uso recreativo da maconha também estará nas cédulas em Estados como Flórida e as Dakotas, com apoio crescente entre os americanos e campanhas que já movimentaram milhões de dólares. Além disso, medidas econômicas, como o aumento do salário mínimo e exigência de licença médica remunerada, devem atrair eleitores preocupados com a inflação, uma das maiores preocupações da população.
Outros temas polêmicos incluem punições mais severas para crimes relacionados a drogas na Califórnia e a proibição de estrangeiros de votar em eleições estaduais em oito Estados. Diversas propostas de reforma eleitoral estão em jogo, incluindo a adoção do voto preferencial e mudanças no processo de consultas populares. Essas questões refletem a complexidade do sistema democrático americano, onde os Estados desempenham papel fundamental ao propor políticas que, se bem-sucedidas, podem influenciar o cenário nacional.