As eleições presidenciais nos Estados Unidos impactam não apenas questões internas, mas também a geopolítica mundial, incluindo América Latina, Europa, Oriente Médio e China. Especialistas destacam que uma vitória republicana pode fortalecer alianças com forças políticas de extrema direita na região latino-americana, o que pode trazer preocupações sobre o fortalecimento de ideais antidemocráticos. Já as relações com o Brasil, independentemente do vencedor, devem manter-se em um nível secundário na agenda norte-americana, com foco prioritário em regiões como Oriente Médio e Ásia.
O enfrentamento à China permanece central na política externa dos EUA, com a possibilidade de aumentar a pressão sobre países portuários da América do Sul para conter a expansão da influência chinesa. Apesar de diferenças na abordagem, democratas e republicanos compartilham o objetivo de limitar a presença chinesa, usando argumentos que vão desde direitos humanos até questões comerciais e ambientais. A retórica de segurança continua a ser um elemento chave, com temas como migração e narcotráfico sendo tratados sob o prisma da segurança nacional.
Nos conflitos internacionais, o apoio incondicional dos EUA a Israel deve continuar, mesmo com críticas crescentes dentro do país. A guerra entre Rússia e Ucrânia, no entanto, pode ter desdobramentos distintos dependendo do resultado da eleição. Caso Trump retorne, há sinalizações de redução no apoio à Ucrânia, o que pode alterar os rumos do conflito, enquanto uma vitória democrata manteria o nível atual de suporte militar e financeiro. O cenário evidencia as complexidades e tensões que cercam a política externa norte-americana em um mundo cada vez mais multipolar.