As eleições presidenciais nos Estados Unidos, realizadas em 5 de novembro de 2024, destacam-se pela autonomia dos estados e pelo sistema de voto indireto, contrastando com o modelo centralizado e de voto direto do Brasil. Enquanto no Brasil o voto é obrigatório e a apuração é rápida, com resultados em poucas horas, nos EUA o voto é opcional, a contagem de votos pode levar dias e é realizada de forma descentralizada, com cada estado adotando suas próprias regras e tecnologias. Cerca de 70% dos eleitores americanos utilizam cédulas de papel, o que prolonga o processo de apuração.
A apuração das eleições nos EUA enfrenta desafios como o voto antecipado e pelo correio, permitindo que eleitores enviem seus votos semanas antes do pleito. Essa prática, embora facilite a participação, pode resultar em atrasos na contagem, uma vez que alguns votos chegam após o dia da eleição. Além disso, o Colégio Eleitoral, composto por 538 delegados, é o responsável pela escolha do presidente, com cada estado atribuindo seus delegados com base no voto popular, o que diferencia ainda mais o processo eleitoral norte-americano do brasileiro.
Por fim, o financiamento das campanhas também apresenta diferenças significativas. Nos EUA, os candidatos têm a opção de escolher entre financiamento público ou privado, sendo que a maioria opta pelo privado devido às restrições associadas ao financiamento público. No Brasil, o TSE controla rigorosamente o financiamento eleitoral, permitindo doações de pessoas físicas e utilizando recursos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha. Essas características demonstram como os sistemas eleitorais nos dois países, apesar de algumas semelhanças, funcionam de maneiras bastante distintas.