As eleições presidenciais nos Estados Unidos, marcadas para 5 de novembro, apresentam um cenário polarizado entre o ex-presidente Donald Trump e a vice-presidente Kamala Harris. Temas cruciais como a proteção à democracia, a defesa do meio ambiente e as relações com a China e a Venezuela estão em jogo, podendo afetar diretamente as relações diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos. Especialistas destacam que, se Trump for reeleito, é provável que a interação com o Brasil mantenha um caráter protocolar, mas possa ser marcada por desconfiança inicial. Por outro lado, uma vitória de Harris poderia garantir a continuidade de uma agenda multilateral e de direitos humanos mais alinhada à posição atual do governo brasileiro.
Tanguy Baghdadi e Husseim Kalout, especialistas em relações internacionais, analisam que a aproximação de Lula com Trump, durante seu último mandato, foi facilitada pela flexibilidade política de ambos. Entretanto, eles ressaltam que a relação não deve ser intensa, independentemente de quem vença. No cenário de Trump, as expectativas incluem um possível colapso nas políticas ambientais e um alinhamento forçado com a China, enquanto uma vitória de Harris poderia fortalecer a cooperação em questões democráticas e ambientais.
Os especialistas também apontam que Brasil e Estados Unidos têm perfis diferentes em suas políticas externas, o que pode levar a discordâncias em relação a conflitos internacionais, como os da Ucrânia e do Oriente Médio. Ambos concordam que, independentemente do resultado, a prioridade do Brasil na agenda americana deverá continuar em segundo plano, resultando em uma relação mais de cordialidade do que de aliança estratégica.