As eleições americanas, que terminam nesta terça-feira, são marcadas por uma disputa intensa e sem um claro favorito, refletindo uma sociedade profundamente dividida. As pesquisas indicam que a maioria dos cidadãos perdeu a confiança no sistema político e eleitoral, considerado falido por muitos. Essa descrença revela diferenças irreconciliáveis entre grupos políticos que, hoje, divergem até na própria definição do que significa ser americano. Para ambos os lados do espectro, a vitória do oponente é vista como uma ameaça à existência de seus valores e modo de vida.
A polarização política nos Estados Unidos não é novidade, mas a atual situação gera inquietação e medo em vez de esperança. Essa divisão histórica entre americanos tomou uma dimensão inédita, marcada pela crescente agressividade na campanha eleitoral e pela margem estreita entre os candidatos. Esse contexto aumenta as expectativas de contestação feroz do resultado, qualquer que seja ele, o que torna a eleição de 2024 uma ocasião crítica para a estabilidade interna do país e sua imagem de força no cenário internacional.
Independentemente do desfecho, a eleição agrava a desconfiança na democracia americana e dificulta o caminho para a formação de consensos. Com uma sociedade cada vez mais fragmentada, a capacidade de governança fica ameaçada, tornando o futuro político do país incerto. Embora seja desejável nutrir esperanças de melhora, a situação atual sugere a necessidade de uma preparação para possíveis cenários de piora na coesão social e na governabilidade.