O educador Ricardo Jaheem desenvolveu um protocolo com 20 medidas para combater o racismo e garantir a segurança de crianças negras nas escolas. A iniciativa surgiu da própria experiência de Jaheem, que relatou ter sido vítima de racismo durante sua trajetória escolar, sendo segregado e considerado incapaz de aprender por ser negro. O protocolo propõe ações práticas para promover um ambiente educacional inclusivo, destacando a importância de uma abordagem que respeite e valorize a identidade racial das crianças.
O documento abrange diversas áreas da educação, incluindo a formação contínua de professores sobre diversidade, a criação de canais de comunicação para ouvir grupos periféricos e a implementação de políticas antirracistas dentro das instituições. As medidas também sugerem a inclusão da história dos povos africanos e indígenas nos currículos escolares e o incentivo à contratação de profissionais negros. Jaheem acredita que essas ações podem ajudar a reduzir a desigualdade educacional, especialmente em um contexto em que os dados mostram que alunos negros, pardos e indígenas enfrentam taxas de conclusão de ensino médio significativamente menores do que alunos brancos e amarelos.
O protocolo não se limita às escolas, podendo ser adaptado para outros espaços que lidam com crianças, com o objetivo de proporcionar um ambiente mais seguro e respeitoso para todos. Jaheem espera que suas propostas contribuam para um futuro no qual crianças negras, periféricas e indígenas possam viver plenamente sua infância, com acesso à educação de qualidade e liberdade para se expressar sem medo de discriminação. O educador destaca que o combate ao racismo deve ser contínuo e envolvente, e que ações concretas são essenciais para transformar a realidade educacional no Brasil.