Aos 55 anos, um educador brasileiro assume a direção de uma escola no campo de refugiados Dzaleka, no Malaui, enfrentando desafios para levar educação de qualidade a 900 crianças de diferentes países e culturas. O local, que abriga cerca de 55 mil refugiados em condições precárias, foi criado como solução temporária após o massacre de Ruanda, mas transformou-se em lar permanente para muitas famílias. A escola busca oferecer oportunidades educacionais e combater as adversidades diárias enfrentadas pelos refugiados.
A instituição, que começou com 200 alunos, hoje atende crianças de sete países e dez dialetos, usando o inglês como língua oficial. A meta é implementar um currículo internacional que amplie as perspectivas dos alunos, como a chance de acesso ao Ensino Médio e a universidades no exterior. Além disso, a escola oferece refeições diárias para os estudantes, um diferencial importante em um ambiente onde a maioria só consegue se alimentar na escola, devido à extrema pobreza e à falta de recursos básicos.
O trabalho, realizado com uma equipe de 60 professores, tem impacto direto no combate à violência e ao tráfico humano, problemas recorrentes no campo. Apesar dos desafios financeiros, com custos de 250 a 300 reais por aluno por mês, o projeto reforça a ideia de que a educação é uma ferramenta transformadora, capaz de mudar o futuro de crianças e comunidades inteiras. Por meio de doações e apadrinhamentos, a escola busca se manter e expandir seu impacto, trazendo esperança para uma região marcada por adversidades extremas.