O economista Ibrahim Eris, ex-presidente do Banco Central do Brasil, faleceu nesta sexta-feira (8), aos 79 anos. Eris liderou o Banco Central durante o governo de Fernando Collor de Mello, entre março de 1990 e maio de 1991, período marcado por uma das políticas econômicas mais controversas do país, que envolveu o confisco das poupanças de milhares de brasileiros. Além de seu papel no BC, Eris teve uma longa carreira como vice-presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e como professor convidado na Faculdade de Economia da Universidade de São Paulo, contribuindo significativamente para o campo econômico.
Apesar de sua atuação influente, Eris reconheceu posteriormente falhas no plano econômico implementado na época, como a subestimação do impacto do fluxo de capital estrangeiro e a dificuldade de lidar com a indexação econômica. Esses desafios refletiram as dificuldades enfrentadas pelo país na tentativa de controlar a inflação e estabilizar a economia. Seu trabalho, embora controverso, marcou uma era de mudanças e ajustes na política econômica do Brasil.
Nascido em Bafra, na Turquia, em 1944, Eris naturalizou-se brasileiro e deixou uma vida dedicada ao estudo e prática econômica. Ele era casado com a economista Claudia Cunha Campos Eris. A cerimônia de despedida será realizada neste sábado, das 10h às 13h30, no Cemitério do Morumby, em São Paulo, onde amigos, familiares e colegas poderão prestar suas últimas homenagens ao economista que deixou uma marca significativa na história econômica do Brasil.