O dólar apresentou alta no mercado à vista nesta segunda-feira, 18, após uma leve queda inicial em decorrência de uma realização de lucros, especialmente com a valorização das commodities. A elevação da moeda americana ocorre em meio à piora nas expectativas de inflação no boletim Focus, que reforça um cenário de juros mais elevados no Brasil. A valorização do dólar também reflete os rendimentos mais altos dos Treasuries e o fortalecimento da moeda em relação a outras moedas emergentes. As expectativas no mercado estão voltadas para uma possível redução no ritmo de flexibilização monetária por parte do Federal Reserve, após declarações de membros do banco central norte-americano.
Além disso, o mercado aguarda com expectativa o anúncio de um pacote de corte de gastos do governo brasileiro, que deve ocorrer após a reunião de líderes do G20 no Rio de Janeiro. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou que o pacote está fechado e que será anunciado em breve, com a proposta de redução de R$ 70 bilhões nos gastos públicos para os próximos dois anos. No campo da inflação, o relatório Focus indicou uma alta nas projeções para o IPCA de 2024 e 2025, com a expectativa de que a inflação se mantenha acima do centro da meta nos próximos anos. A mediana para a Selic também subiu, refletindo essas projeções.
No cenário externo, o Federal Reserve sinalizou um possível ritmo mais lento de cortes de juros, à medida que a inflação nos EUA continua a desacelerar. Nos mercados, o Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) também apresentou alta moderada, evidenciando pressões inflacionárias no Brasil. O Itaú Unibanco revisou suas projeções, elevando a previsão para a Selic em 2025 e ajustando sua estimativa cambial para o dólar. O cenário de juros mais elevados e a expectativa de um dólar mais forte, aliado ao ajuste fiscal no Brasil, devem continuar a influenciar o comportamento dos mercados nos próximos meses.