No final da tarde de sexta-feira (15), o dólar se valorizava ligeiramente frente às principais moedas globais, impulsionado por expectativas relacionadas às políticas do presidente eleito dos EUA, Donald Trump. A alta da moeda americana reflete a previsão de que suas políticas econômicas possam gerar inflação, o que, por sua vez, reduziria a probabilidade de cortes mais profundos nas taxas de juros pelo Federal Reserve (Fed). O índice DXY, que mede a variação do dólar ante uma cesta de moedas fortes, fechou com alta de 0,09%, acumulando um avanço de 1,60% durante a semana.
Em relação às principais moedas, o euro e a libra esterlina apresentaram desvalorização. O euro encerrou o dia cotado a US$ 1,0528, enquanto a libra recuava para US$ 1,2606. Analistas do UBS Global Wealth Management indicam que a libra pode se recuperar caso o dólar enfraqueça e o Banco da Inglaterra mantenha uma postura cautelosa quanto ao corte das taxas de juros. Por outro lado, especialistas do Rabobank apontam que a recuperação do iene será dificultada pela recuperação econômica hesitante do Japão e pela persistente força do dólar.
A expectativa é de que os bancos centrais globais mantenham as taxas de juros mais altas por um período mais prolongado do que inicialmente previsto. A gerente de portfólio da First Eagle, Idanna Appio, sugere que a força do dólar deve continuar, especialmente com as taxas do Fed caindo mais lentamente do que o esperado. A análise também aponta que a política econômica dos EUA poderá impactar a resiliência de outras moedas, como o euro, que pode perder força com um Banco Central Europeu mais dovish, ou seja, mais disposto a flexibilizar as taxas.