O dólar encerrou a segunda-feira em alta no Brasil, sendo cotado a R$ 5,7695, após atingir um pico de R$ 5,8164 pela manhã. A moeda norte-americana foi impulsionada pela valorização externa, motivada pelo cenário econômico dos EUA com o novo governo Trump, e por incertezas internas quanto ao pacote de cortes de gastos em análise pela administração de Luiz Inácio Lula da Silva. Durante o dia, a força do real foi limitada pela queda nas commodities devido a dados econômicos fracos da China e pela cautela do mercado em meio às tensões políticas internas, especialmente em relação a um possível acordo fiscal ainda em negociação.
A sessão foi marcada por uma baixa liquidez, intensificada pelo feriado do Dia do Veterano nos EUA, que limitou as operações no mercado de Treasuries. Embora os investidores aguardassem progresso nas conversas sobre cortes de gastos, não houve avanços significativos, e o mercado respondeu com cautela. Fontes indicaram uma reunião entre o presidente e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que buscou amenizar as tensões. Lula pretende apresentar o plano fiscal aos presidentes das casas legislativas antes de anunciá-lo oficialmente, o que deixa o mercado em estado de espera.
A valorização do dólar também reflete o comportamento do índice DXY, que ultrapassou 105,500 pontos devido à possibilidade de políticas econômicas mais protecionistas dos EUA e a uma recuperação lenta da inflação na Europa. A expectativa de tensões comerciais com a China, caso a postura protecionista se concretize, pressiona ainda mais o real e outras moedas emergentes. Analistas acreditam que a paridade entre dólar e euro pode ser retomada, enquanto a economia global segue monitorando os impactos das políticas dos EUA e os movimentos do Banco Central Europeu.