O dólar opera em forte alta frente ao real, refletindo as expectativas do mercado em torno do aguardado pacote fiscal do governo brasileiro. Investidores observam com cautela as movimentações políticas em Brasília, onde o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reúne para discutir medidas de ajuste fiscal que buscam reduzir gastos obrigatórios. Embora o pacote fosse esperado ainda na quinta-feira, questões pendentes postergaram o anúncio, aumentando a apreensão dos mercados.
Ao mesmo tempo, as dificuldades econômicas da China também impactam o real, após a divulgação de um programa de US$ 1,4 trilhão para refinanciar a dívida dos governos locais, o que aparentemente não trouxe o efeito desejado nos mercados. Esse cenário contribuiu para a queda no preço do minério de ferro e no valor do petróleo, ambos fatores que afetam a moeda brasileira, uma vez que são produtos de exportação relevantes para o país. Investidores também demonstram menor entusiasmo em relação ao mercado global, reduzindo apostas no chamado “Trump trade.”
No Brasil, o Banco Central iniciou leilões de contratos de swap cambial tradicional para rolar vencimentos próximos, enquanto os dados mais recentes do IPCA indicam alta de 0,56% em outubro, superando a projeção dos analistas. No acumulado de 12 meses, a inflação alcançou 4,76%. Esses fatores reforçam a atenção ao pacote fiscal e às políticas econômicas domésticas como elementos centrais para o futuro próximo do câmbio e da inflação no país.