A Polícia Federal apreendeu um documento manuscrito na sede de um partido político que sugere estratégias para interromper o processo de transição de governo e mobilizar juristas e formadores de opinião. O conteúdo do documento inclui referências a ações que visam impedir a posse do vencedor das eleições presidenciais de 2022, com uma menção explícita ao lema “Lula não sobe a rampa”. A apreensão ocorreu no contexto de investigações relacionadas a possíveis tentativas de golpe após as eleições.
O material encontrado também faz referência a um plano denominado “Operação 142”, que se relaciona ao artigo 142 da Constituição, que trata das Forças Armadas. O texto sugere a possibilidade de usar o poder militar como uma ferramenta para implementar uma ruptura institucional após a derrota eleitoral do presidente em exercício. A Polícia Federal indicou que o documento menciona estratégias que envolvem medidas autoritárias, como a anulação das eleições, a prorrogação de mandatos e a substituição de membros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O relatório da Polícia Federal detalha que o documento inclui siglas e termos militares, como “CG Pol” (Centro de Gravidade Político), que indicam a tentativa de orquestrar um golpe de Estado para manter o poder. A investigação aponta a tentativa de reverter o resultado das eleições e manter o governo do então presidente por meios não constitucionais, com a preparação para novas eleições sendo uma das ações descritas. O sigilo sobre o caso foi recentemente levantado pelo Supremo Tribunal Federal.