A Polícia Federal apreendeu um documento manuscrito que, segundo a investigação, foi encontrado na mesa de um assessor de um general no Partido Liberal. O material, que fazia parte de um planejamento relacionado a uma tentativa de golpe de Estado, detalhava ações para impedir que o vencedor das eleições de 2022 assumisse a presidência. A pasta, intitulada “memórias importantes”, continha o esboço da chamada “Operação 142”, e indicava a intenção de subverter o Estado Democrático de Direito, utilizando uma interpretação distorcida do artigo 142 da Constituição Federal.
O documento, redigido entre novembro e dezembro de 2022, apresenta tópicos com termos militares, como “Estado Final Desejado Político” e “Centro de Gravidade Estratégico”, sugerindo um planejamento estratégico para uma ação política e militar com o intuito de evitar a posse do novo presidente. De acordo com a investigação, o material foi encontrado em um contexto de elaboração de um golpe, com a clara intenção de manter o então presidente no poder, contrariando o resultado eleitoral.
A Polícia Federal apontou que o conteúdo encontrado reflete a intenção dos envolvidos em realizar uma ação ilegal para subverter a ordem constitucional. A investigação também envolveu a atuação de uma rede clandestina, com apoio de membros de diferentes forças armadas, e indica que alguns setores das Forças Armadas poderiam ter endossado o plano golpista. As evidências coletadas reforçam a suspeita de que o plano visava a perpetuação no poder do presidente, contra a vontade expressa nas urnas.