Após as recentes eleições municipais, uma divisão dentro do Partido dos Trabalhadores (PT) em Minas Gerais tornou-se pública. O deputado federal Rogério Correia, que foi candidato à Prefeitura de Belo Horizonte, criticou em carta aberta seu colega de partido Reginaldo Lopes, também deputado federal e próximo ao presidente Lula. Correia acusa Lopes de representar interesses centristas e de mercado, o que teria enfraquecido o apoio ao PT na capital mineira. Segundo ele, a postura de Lopes, que teria dado sinais de apoio a Fuad Noman, do PSD, desde a pré-campanha, desrespeitou compromissos históricos do partido.
As críticas de Correia ressaltam um mal-estar sobre o direcionamento do PT, principalmente em temas econômicos. Ele acusou Lopes de defender uma postura de austeridade fiscal, com impacto em áreas sociais como saúde e educação, uma questão ainda em debate no governo federal. Em resposta, a assessoria de Lopes destacou que o deputado está focado em apoiar a redução da jornada de trabalho, mencionando a PEC sobre a jornada de 6 por 1, e, por isso, não teve tempo de responder às críticas de Correia.
Além disso, lideranças importantes do PT em Minas, como Marília Campos, prefeita reeleita de Contagem, têm defendido um diálogo mais aberto com setores de centro, o que reforça a pluralidade de visões dentro do partido. Em nota, o Diretório Estadual do PT ressaltou que divergências fazem parte da democracia interna, destacando o bom desempenho do partido no estado ao expandir o número de prefeituras, embora reconheça o desempenho aquém do esperado em Belo Horizonte.