Os dividendos globais alcançaram um marco histórico no terceiro trimestre de 2023, atingindo um total de US$ 431,1 bilhões, segundo o levantamento Global Dividend Index, elaborado pela gestora britânica Janus Henderson. Este montante representa um aumento de 3,1% em relação ao mesmo período do ano anterior, refletindo a robustez financeira de empresas em diversas regiões, mesmo em um cenário econômico global desafiador. O estudo destaca que os dividendos, mais estáveis do que os lucros ao longo do tempo, têm perspectivas de crescimento contínuo até 2025, conforme a administração das empresas ajusta os índices de pagamento ao ciclo econômico.
O destaque do período foi o desempenho das empresas chinesas, que responderam por mais da metade dos dividendos globais. Companhias como o China Construction Bank Corporation, China Mobile Limited e Petrochina lideraram as distribuições no país, somando US$ 27,2 bilhões apenas entre as três. A gigante do e-commerce Alibaba também entrou na lista das principais pagadoras após iniciar a distribuição de proventos este ano, com um total de US$ 4,26 bilhões. A concentração de pagamentos chineses no terceiro trimestre ocorre devido à prática de muitas empresas do país de realizarem a distribuição de um único dividendo anual nesse período.
Nos Estados Unidos, a Microsoft foi a única representante entre as cinco maiores pagadoras globais, com um montante de US$ 5,57 bilhões. Por outro lado, as empresas brasileiras não figuraram entre as 20 principais, com destaque apenas para Vale e Petrobras, que registraram distribuições de US$ 1,8 bilhão e US$ 1,41 bilhão, respectivamente, ambas com queda em relação ao mesmo trimestre de 2022. O cenário reflete uma dinâmica global onde as potências asiáticas, especialmente a China, vêm ganhando protagonismo no mercado de dividendos.