A distribuição de R$ 20 bilhões em dividendos extraordinários pela Petrobras trouxe alívio parcial ao mercado, ajudando a sustentar o Ibovespa na manhã desta sexta-feira, mesmo diante da cautela global devido à queda nas commodities e às tensões geopolíticas. O governo federal, que detém 28,67% da estatal, receberá R$ 5,7 bilhões, valor que será contabilizado como receita primária e poderá ajudar no cumprimento da meta fiscal. Apesar do impacto positivo nos papéis da Petrobras, as incertezas sobre o pacote de ajuste fiscal do governo federal mantêm a volatilidade no mercado acionário.
No cenário internacional, dados fracos de atividade econômica na Europa reforçaram a expectativa de cortes adicionais nos juros, tanto na região quanto nos Estados Unidos, trazendo leve recuperação às bolsas europeias. Enquanto isso, no Brasil, a espera pelo anúncio do pacote de corte de gastos gera ansiedade e contribui para o comportamento cauteloso dos investidores. A valorização global do dólar e a expectativa por medidas fiscais mais robustas pressionam o mercado, especialmente em relação à meta de economia de até R$ 70 bilhões, que ainda não foi detalhada.
O Ibovespa abriu em alta, mas a indefinição sobre o ajuste fiscal limitou ganhos mais expressivos, encerrando a manhã com leve valorização. A divulgação do relatório bimestral de receitas e despesas no período da tarde, que deve incluir um bloqueio de R$ 5 bilhões no orçamento de 2024, é aguardada com atenção pelos investidores. A combinação de fatores internos e externos reforça o clima de cautela, enquanto o mercado aguarda uma sinalização mais clara do governo sobre suas intenções fiscais.