Ao assumir a presidência dos Estados Unidos em janeiro, o presidente eleito Donald Trump enfrentará um desafio significativo: a dívida pública do país ultrapassou os US$ 36 trilhões, e o pagamento de juros poderá consumir mais de US$ 1 trilhão no próximo ano. Esse valor é superior ao orçamento militar dos EUA e representa um obstáculo considerável para a implementação das promessas de campanha de Trump, como os cortes de impostos e programas de estímulo econômico. Especialistas alertam que a alta da dívida também afetará diretamente a vida dos americanos, com juros mais elevados em financiamentos de imóveis e carros.
O atual cenário fiscal dos EUA exige mudanças drásticas, e Trump nomeou o investidor Scott Bessent para liderar o Tesouro, com o objetivo de conter o crescimento insustentável da dívida. O governo anterior já gastava US$ 345 bilhões anuais com juros, mas esse valor deve triplicar nos próximos anos. Alguns economistas, como Brian Riedl, criticam a proposta de novos cortes de impostos em meio ao aumento do déficit, sugerindo que tais medidas poderiam agravar ainda mais a situação financeira do país.
A equipe de Trump já estuda alternativas para reduzir os gastos, como aumentar tarifas de importação e revisar despesas aprovadas pelo governo anterior. No entanto, especialistas lembram que uma situação fiscal semelhante foi enfrentada no início dos anos 1990, quando o presidente Bill Clinton precisou de um acordo bipartidário para reequilibrar as finanças públicas. O atual cenário exige uma abordagem estratégica para evitar consequências econômicas mais graves.