A dívida pública dos Estados Unidos atingiu o alarmante patamar de US$ 36 trilhões, pressionando o governo eleito a lidar com um cenário fiscal delicado. Os pagamentos de juros, estimados em mais de US$ 1 trilhão para o próximo ano, superam o orçamento militar e afetam diretamente as condições de financiamento para cidadãos, como hipotecas e financiamentos de veículos. Especialistas apontam que esse quadro pode dificultar a execução de promessas de campanha, incluindo cortes de impostos e programas de estímulo econômico, enquanto cerca de 20% dos gastos federais são destinados ao pagamento de credores, reduzindo investimentos em áreas estratégicas como infraestrutura e educação.
Com a indicação de novos líderes para o Tesouro, o governo busca alternativas para conter o crescimento insustentável da dívida, que já triplicou os custos com juros desde 2020. Medidas em análise incluem aumento de tarifas de importação e cortes nos gastos aprovados recentemente. No entanto, economistas alertam que essas ações podem aprofundar desigualdades, especialmente se priorizarem benefícios fiscais para os mais ricos em detrimento de programas sociais essenciais. A oposição ressalta os riscos de repetir erros do passado, enquanto debates bipartidários sobre soluções sustentáveis ainda são necessários.
A experiência dos anos 1990, quando um acordo bipartidário permitiu a recuperação fiscal sob outra administração, é frequentemente citada como exemplo de que mudanças estruturais e consenso político são cruciais. O atual desafio, porém, é mais complexo diante do cenário global e do impacto direto da dívida sobre a economia doméstica. Especialistas destacam a urgência de uma abordagem responsável que equilibre a contenção do déficit com o crescimento econômico inclusivo.