A delegação argentina surpreendeu o G20 ao se posicionar contra a taxação de grandes fortunas, uma medida previamente aprovada por todos os países do grupo. Essa mudança de postura gerou preocupação no governo brasileiro, que teme pela viabilidade da proposta. Autoridades da Fazenda e do Itamaraty classificaram a atitude como um obstáculo significativo para o consenso esperado nos debates, com dificuldades em convencer os representantes argentinos.
Além disso, a Argentina ainda não aderiu ao projeto de Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza e expressou resistências a questões relacionadas a clima e temas sociais, como gênero, mesmo mostrando interesse em receber financiamento climático. A delegação argentina, que não sofreu trocas recentes em sua composição, alterou significativamente sua posição sob o comando do governo atual, refletindo mudanças ideológicas internas.
O presidente argentino confirmou presença na cúpula, onde discursará sobre fome e pobreza e governança global, mas não abordará temas climáticos. Apesar de ter solicitado uma reunião bilateral com o anfitrião brasileiro, o encontro ainda não foi viabilizado, devido às tensões entre os líderes. Os sherpas seguem trabalhando na Declaração de Líderes, que será apresentada ao final da cúpula, em um cenário marcado por tensões diplomáticas e impasses políticos.