Brasil, México e Argentina, os três países latino-americanos membros do G20, apresentam mais divergências do que convergências, o que dificulta a criação de uma agenda unificada para a região. Embora compartilhem desafios sociais e econômicos similares, cada país tem abordagens distintas devido a suas realidades políticas e econômicas. Especialistas explicam que, enquanto o Brasil busca uma liderança regional e foca em pautas de desenvolvimento sustentável e combate à pobreza, a Argentina, sob liderança mais conservadora, adota uma postura divergente. Já o México, apesar de certo alinhamento social com o Brasil, mantém acordos econômicos próximos aos Estados Unidos e Canadá.
Na presidência atual do G20, o Brasil tem priorizado temas de inclusão social, combate à pobreza e mudanças climáticas, ampliando a participação da sociedade civil e destacando o papel da bioeconomia como um novo caminho sustentável. Em contraste, a Argentina mostrou resistência, especialmente em temas de reforma das instituições multilaterais, enquanto o México tem mantido uma postura ambígua, alinhando-se ora com o Brasil em temas de combate à desigualdade, ora com os Estados Unidos e Canadá em questões econômicas. Esses movimentos demonstram a complexidade de uma agenda comum, principalmente devido às alianças externas e às políticas internas divergentes de cada país.
Mesmo com os desafios, o Brasil continua a defender um fortalecimento da união latino-americana, buscando convergências, especialmente com o México, para enfrentar problemas globais e regionais. Essa tentativa de cooperação é vista como essencial para aumentar o protagonismo da América Latina no cenário global. A presidência brasileira do G20 marcou uma posição favorável ao avanço de pautas ambientais e sociais, destacando que o futuro econômico da região passa pela sustentabilidade e pela inclusão, uma visão ainda pouco compartilhada por todos os membros latino-americanos do grupo.