Os jogos universitários no Brasil têm se tornado palco de conflitos marcados por preconceitos financeiros, raciais e intelectuais, refletindo as desigualdades estruturais da sociedade. Torcidas frequentemente entoam cânticos que reforçam estereótipos, provocam discriminação e criam um ambiente de exclusão, especialmente contra cotistas e estudantes de origem menos favorecida. Esses episódios reproduzem comportamentos elitistas e violentos que remetem às origens do esporte moderno, quando práticas esportivas já eram influenciadas por divisões de classe.
Especialistas destacam que o ambiente competitivo, somado ao uso de álcool e privação de sono, potencializa atitudes discriminatórias entre os jovens. Muitas vezes, os ataques são legitimados como “brincadeiras”, mas carregam graves implicações morais e legais, como nos casos em que ofensas recaem sobre raça, gênero ou condição social. Mesmo em tempos de maior visibilidade e exposição nas redes sociais, a naturalização de insultos permanece presente, demonstrando a necessidade de medidas educativas e punitivas para enfrentar o problema.
Propostas para combater a discriminação nos jogos incluem o fortalecimento de ações afirmativas, a promoção do letramento racial e a ampliação da diversidade nos ambientes acadêmicos. Além disso, especialistas defendem a importância do diálogo e da responsabilização de ofensas, tanto no âmbito legal quanto moral. A transformação do esporte em um espaço inclusivo e respeitoso depende de esforços conjuntos entre instituições acadêmicas e a sociedade, garantindo que todos os estudantes, independentemente de sua origem, sintam-se pertencentes e respeitados.