A corrida presidencial nos Estados Unidos, que se aproxima da conclusão, traz incertezas para a política comercial americana, especialmente para o Brasil, que tem nos EUA seu segundo maior parceiro comercial. Donald Trump promete impor tarifas que variam de 10% a 20% sobre todos os produtos importados e até 60% em bens chineses, o que poderia afetar diretamente as exportações brasileiras. Kamala Harris, por outro lado, representa uma continuidade na gestão atual, sem previsão de mudanças tão radicais.
A corrente de comércio de bens entre Brasil e Estados Unidos atingiu US$ 74,8 bilhões em 2023, ficando atrás apenas das transações comerciais com a China. O Brasil exportou US$ 36,9 bilhões para os EUA, o que representa 10,9% de suas exportações totais, e importou US$ 37,9 bilhões, o equivalente a 15,8% das compras internacionais do país. Além disso, os EUA são o principal destino das exportações brasileiras de manufaturados, com um total de US$ 29,9 bilhões.
Um estudo da Amcham revela que 9,5 mil empresas brasileiras exportaram para o mercado americano em 2023, estabelecendo um recorde. Os Estados Unidos se consolidam como o principal destino dos produtos manufaturados do Brasil e, se considerados serviços e investimentos, são o maior parceiro econômico-comercial brasileiro. O cenário eleitoral nos EUA coloca em evidência o futuro dessas relações comerciais, com possíveis mudanças significativas dependendo do resultado.