A tentativa do presidente da Bolívia, Luis Arce, de realizar um pronunciamento à nação foi interrompida por um tumulto no Congresso, provocado por parlamentares aliados ao ex-presidente Evo Morales. Durante a sessão, que deveria receber o presidente para a entrega do relatório de governo, legisladores lançaram tomates e flores na mesa diretora, presidida pelo vice-presidente David Choquehuanca. Em meio a gritos e confusão, alguns membros do Movimento ao Socialismo (MAS) impediram Arce de acessar o local, obrigando o adiamento do discurso.
A disputa pelo controle da esquerda governista boliviana está cada vez mais acirrada, com Arce e Morales competindo pela liderança política do MAS e pela possível candidatura presidencial em 2025. O partido, que detém a maioria no Congresso, está profundamente dividido entre aqueles que apoiam a continuidade de Arce e os que preferem o retorno de Morales, ex-presidente que governou a Bolívia entre 2006 e 2019. A divisão entre as facções tem dificultado o avanço de propostas no Congresso e gerado instabilidade política no país.
A situação reflete uma crescente tensão entre os grupos, marcada por protestos e bloqueios de estradas organizados por apoiadores de Morales, que denunciam supostas perseguições judiciais e políticas contra ele. Enquanto o governo avalia alternativas para que o discurso presidencial ocorra em outro local, a divisão no MAS continua a alimentar incertezas sobre o futuro político da Bolívia, um ano antes das próximas eleições presidenciais.