Uma disputa está se intensificando nas negociações climáticas da COP29, em Baku, Azerbaijão, sobre a reafirmação de compromissos relacionados à transição dos combustíveis fósseis, um tema crucial desde a COP28. Países europeus e norte-americanos defendem que a inclusão de compromissos mais ambiciosos para aumentar a eficiência energética e a implantação de fontes renováveis é essencial para evitar retrocessos na luta contra as mudanças climáticas. Por outro lado, a Arábia Saudita está adotando uma postura mais cautelosa, utilizando táticas de atraso e resistência a uma linguagem mais forte em relação à redução do uso de combustíveis fósseis. Isso ocorre em um momento delicado, com a COP29 tentando avançar em questões como financiamento climático e novas metas de emissões.
Em 2023, na COP28, a Arábia Saudita, em parceria com outros países produtores de petróleo, aceitou pela primeira vez a menção a um plano de transição dos combustíveis fósseis. No entanto, a dificuldade em consolidar esses compromissos e traduzir a intenção em ações práticas gerou tensão. Para países desenvolvidos e vulneráveis às mudanças climáticas, a falta de progresso nessa área é vista como um retrocesso, especialmente em um cenário global que exige ações mais concretas para conter o aumento das temperaturas.
Além do debate sobre combustíveis fósseis, um dos principais focos das negociações é o financiamento climático, com os países ricos pressionando os maiores emissores, como os petroestados do Golfo, a contribuir mais para o apoio às economias em desenvolvimento. A meta é aumentar o financiamento climático anual, que hoje gira em torno de US$ 100 bilhões, para algo em torno de US$ 1 trilhão, visando mitigar os impactos do aquecimento global em países mais vulneráveis. No meio dessa disputa, a presidência do Azerbaijão busca atuar como mediadora, mas enfrenta desafios por ser também um grande exportador de petróleo, com seu próprio interesse na manutenção dos combustíveis fósseis.