Recentes discussões sobre ajustes no seguro-desemprego e no abono salarial PIS/Pasep têm causado atritos entre ministros do governo. O ministro do Trabalho expressou insatisfação por não ter sido incluído nas conversas sobre possíveis mudanças nos direitos trabalhistas e foi ao Palácio do Planalto para tratar do tema. Em reunião com o ministro da Fazenda, ele defendeu com veemência a preservação dos direitos dos trabalhadores e solicitou um encontro com o presidente para discutir como o ajuste orçamentário pode impactar a proteção social em um momento de incertezas econômicas.
Além disso, ministros da Saúde e da Educação demonstraram oposição a alterações nos pisos constitucionais de suas áreas, o que acentua o desafio de encontrar um consenso sobre os cortes necessários. O ministro da Fazenda enfatizou que a responsabilidade pelas decisões de contenção fiscal não é isolada, mas sim uma diretriz do governo. Ele alertou para o risco de comprometimento das regras fiscais até 2025, caso as despesas obrigatórias sigam crescendo.
Paralelamente, o Ministério do Desenvolvimento Social anunciou medidas para economizar até R$ 2 bilhões, com foco na redução das despesas do Bolsa Família. No entanto, temas como a desindexação e desvinculação dos benefícios do salário mínimo, que também pesam sobre o orçamento público, não foram discutidos nas reuniões recentes. Esses pontos refletem a complexidade dos ajustes fiscais e a necessidade de uma gestão cuidadosa dos recursos para evitar impactos nos programas sociais.