Diplomatas dos países do G20 estão empenhados em finalizar um comunicado conjunto para a Cúpula de Líderes, prevista para ser divulgada no Rio de Janeiro entre os dias 18 e 19 de novembro. Apesar dos avanços nas discussões, ainda há divergências significativas, especialmente em temas como taxação de grandes fortunas, mudanças climáticas e as guerras na Ucrânia e Gaza. O governo brasileiro, que tem coordenado as negociações, se mostra cauteloso e ainda evita afirmar que o acordo está completamente fechado. As delegações continuam a revisar o texto em busca de um consenso final.
Entre os principais pontos de impasse, destaca-se a posição da Argentina, que tem levantado objeções em várias áreas, como multilateralismo, gênero e clima. Além disso, a divisão entre países desenvolvidos e em desenvolvimento, especialmente sobre o financiamento climático, tem gerado tensões. No campo geopolítico, as disputas entre Estados Unidos e Rússia também dificultam a elaboração de uma declaração mais ambiciosa, principalmente no que se refere ao conflito na Ucrânia e à situação na Faixa de Gaza.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, fez um apelo para que os países adotem uma postura de consenso, especialmente em relação à Agenda 2030 e aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Ele alertou sobre os riscos de a falta de acordo no G20 diminuir a relevância do grupo em um momento de crescente divisão geopolítica. A expectativa é de que o comunicado final, embora com resultados limitados, reflita um esforço de manter a unidade e avançar em questões fundamentais como a paz e a justiça social.